Saturday, March 24, 2007

Mesmo não vendo, depois de um pôr do sol, há sempre o seu nascer.












Álbum: Sunset.
Dedicado a: Oriana's grandfather.


Dear diary,

Today, in my early morning, I got up and took one of those baths! I took so long to prepare myself that even my conscience kept my angel regarded. After all I knew what would come up next. If you remember, what I believe you do, seven years ago my grandfather, John Nash, was put into an elderly home. On that first page of my diary I wrote all the most incomprehensible and frustrated words whenever wrote by me in order to express the knife crossed into my heart.

I have always admired my grand. Each word he is capable to say makes my worries to vanish and give space to a deep reflection on his knowledge. The simplicity of his words contrast with the elaborated message he tries to transmit. His eyes never allowed him to rephrase a sentence. What you could not understand from what he said, was probably due to the lack of emphasis that his advanced age limited him, but once again, his eyes touched every other soul in a way that, what he wanted to say was not exposed to ignorance, but limited to be direct to our heart. When I arrived there, a farm in the middle of the nowhere, he stood in front of a tree in the direction of the lake. Deeply regretting all the missed years, and wondering if he would still remember me, I waited one hour before my approach. Before I could say anything he stroke: ‘I knew you would come.’ My emotions flew away and just both our souls remained there. He didn’t move, and yearning for looking at him I moved into his front. I sat at his feet waiting for forgiveness but it didn’t come out as I expected. We had just started talking when he asked me to keep silence. There was the sunset: ‘I knew one day he would come.’ He fell aside me and I only understood what had really happened when the tremendous white foam came out of his mouth.

I came back home, sat here and knowing all the good you’ve brought to me, I say a short goodbye saying that this is the last day I write, the day when the sun disappeared once again, but once for all.

Beijos e abraços,
João Santos.



Texto por: João dos Santos
Fotografia por: João dos Santos

Wednesday, March 21, 2007

A última esperança.















Álbum: Mesmo no turvo, se vê o óbvio.

O que era meu, varreu. Perante as altas ondas daquele furibundo mar, escorreu, torceu e sofreu! Perante a alma, perante a mais crua das Verdades que é no fundo, a mais fútil das banalidades, o que posso e o que amo, agarrou-se ao mais alto mastro estendendo a bandeira suplicando o Silêncio das almas que jamais falariam. Quero pegar eu num remo e Meditar no teu Amor, quero eu vendar os olhos cingindo-me ao intrínseco pensamento que aparentemente todos estamos habilitados a ter, pensando na virtude da Razão mas amaldiçoado por esta Ignorância, este medo, esta sina! A minha eterna e desvendada mentalidade, que respira Conhecimento e Maturidade, não sabe pois, agora, depois de gritos de imposição e constrangimento de defesa da mais bela das cruzadas junto à espada que juntos empunhamos, não sabe pois que palavras escolher. Ouço as notas dum Piano que subtilmente deixa o seu som correr ao longo do infindável salão. Toca nota a nota a partitura mais bem escrita e perdida nos sonhos do Compositor onde por acaso foi encontrada, depois revelada, questionada e é hoje fruto de devoção. Não passaria na cabeça de homem algum que segurasse a taça de champanhe mais bem cuidada roçando a gravata talhada pelo Alfaiate mais cuidadoso, alfaiate este que se gaba no seu próprio silêncio, do seu silêncio mesmo em si, de interromper o caríssimo pianista, fruto de anos sentado a olhar preto no branco o que a perfeita ignorância escreveu de modo a soar divinal ao ouvido mundano, dizendo: ‘enganou-se numa nota, caro senhor.’. Espreitando à janela, à luz da lua que se reflecte no seu olho direito, queimado do esforço de estar fechado face às pequenas notas escritas no guardanapo apoiado no joelho enquanto pega uma moeda de 50 escudos para que se luxurie com as novidades redundantes no diário esfumado de cultos e cheirando a uma mistura de café e tabaco, está desempregado, lamentado, corroído pelo silêncio não imposto mas por si só existente, um Jovem com a boina posta na cabeça que divide a lua das velas francesas cuidadosamente dispostas no candelabro de ouro, cujo pianista usa para se possibilitar uma visão mais clarificada das notas por ele lidas e não escritas. O pianista, de costas para a janela, olha nos olhos do cavalheiro e analisa o seu agrado. ‘Proporcionará alguém, momentos tão ou mais belos como os meus? Jamais.’ A sua Humildade impressionaria qualquer um, e os seguinte pensamentos também, não fosse o secretário entrar sala a dentro exclamando ao excelentíssimo cavalheiro a sua atenção para um vulto na janela. O vulto levanta-se, assustado e perseguido pelo tiritar dos joelhos, pede clemência, grita revoltado com a sua Ignorância e apesar das mais belas verdades que este possa dizer reclamando o poder ao verter no exterior a vontade do seu desabafo, homens com 'blazers', capas que descem até ao joelho e coletes onde penduram o seu relógio, atiram-no ao chão num silêncio imposto, rasgado à verdade de modo a contribuir para que o senhor cavalheiro, cuja cara permanece na Escuridão e sua mão desce tranquilizando o pianista com um: ‘Continua, estou-te a ouvir.’ continue sentado nesse mesmo salão.


Beijos e abraços,
João Santos.


Texto por: João dos Santos.
Fotografia por: João dos Santos.

Monday, March 19, 2007

Cogito ergo sum.















Álbum: Polis, o que no Nome tens, na História conténs.
Dedicado a: Oriana.


Uma fotografia que me remete para o problema da Humanidade. O facto de realçar as cores, o contraste do rio com o Pai acolhedor ou mesmo, uma simples parede com um par de árvores, desvia-nos o olhar do que de mais esta cidade tem, do que de mais esta cidade é feita, e do que de mais esta cidade vive: os seus Cidadãos.

De uma Pátria que desta mesma emoldurada parede saiu, lutou e conseguiu toda a perdição de qualquer Guerreiro ao serviço de um Brasão, saímos hoje à mesma rua em que este cavalgou, acompanhados da Ignorância, Indiferença e no entanto, Certeza. A possibilidade de estarmos errados, que corre lado a lado tanto com a nossa Humildade como com a nossa presença de espírito na Vida, está hoje esfumada pela Sociedade perdida em que vivemos. A mais astuta das reflexões não nos compadece perante o Conhecimento e é um facto, a exigênica de um espírito crítico por parte dos jovens na vida contemporânea, não é mais do que a mais fútil das satisfações perante todo o complexo movimento social juvenil e por isso, Inexperiente, da necessidade de se sentirem úteis. Venho com este texto, a todos aqueles que o lerem, dizer o óbvio mas esquecido: não podemos pensar, sem ter nada em que pensar. Afundem-se nos livros, percam-se ao longo de reflexões nas vossas mentes e no dia em que estiverem preparados para criticar, saberão que não o poderão fazer...


Beijos e abraços,
João Santos.